A noite cheira a desastre


A noite cheira a desastre, a imagem vil do ser humano está exposta como uma feriada cega, o ar pesado como se o homem da foice estivesse pronto a dar seu toque no próximo suspiro. As batidas lancinantes de corações turbinados pela química lucrativa de becos esquecidos, entorpecendo infantes almas, transformando em adultos quebrados.

A noite cheira a desastre, em uma corrida eufórica atrás do subjugado para por as mãos enevoadamente sangrentas em cima de quem subjuga. Tristes corpos vazios em buscas de pequenas doses de almas.

A noite que já não tem romance esconde corpos dilacerados, lágrimas cecas, sonhos interrompidos, e uma sanidade estripada com falos comprometidos.

A doce loucura, a demência, explodem mesmo que não vejamos, a cada passo o homem da foice aparece sobre uma nova face, podendo nos tocar e pegar muito além do que nossos corpos corrompidos.

Nessa noite que cheira a desastre, o ar fica difícil de inalar.

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